As doenças cardiovasculares estão entre as principais causas de morte em países desenvolvidos. Só para ilustrar, essas doenças determinam um terço das mortes no Brasil.
Além disso, sabe-se que um dos principais fatores de risco para as doenças do coração é a hipercolesterolemia. No entanto, esse fator de risco é potencializado quando associado à obesidade, tabagismo, hipertensão arterial, hábitos alimentares ruins, histórico familiar e sedentarismo.
Quer saber mais sobre o assunto? Então, continue a leitura e confira as definições sobre o assunto e suas consequências no organismo.
Diferenças entre Colesterol e Triglicerídeos
O colesterol, além de fazer parte das membranas celulares garantindo sua fluidez, também é precursor de diversas substâncias: hormônios esteróides, ácidos biliares e da vitamina D.
Já os Triglicerídeos são formados por ácidos graxos e uma molécula de glicerol. Sua função consiste em armazenar energia para o organismo, sendo depositados nos tecidos adiposos e muscular.
Lipoproteínas e suas características
Existem 4 classes de lipoproteínas no nosso organismo, divididas em 2 grupos, confira a seguir a divisão:
Ricas em triglicerídios: representada pelos Quilomícrons e pela Lipoproteína de Densidade muito baixa (VLDL);
Ricas em Colesterol: esse grupo incluem as Lipoproteínas de Baixa densidade (LDL) e as de Alta densidade (HDL).
O LDL
Primeiramente, o LDL é conhecido como ruim por carregar as partículas de colesterol do fígado e de outros locais para as artérias. Consequentemente, se o LDL estiver elevado, ele se acumula nos vasos e com o tempo forma uma placa de gordura nas artérias.
Já o HDL é chamado de bom por apresentar diversas funções no nosso metabolismo: contribui para a proteção do leito vascular contra a aterogênese, remove os lípides oxidados da LDL, evita a fixação das moléculas de adesão ao endotélio e estimula a liberação de óxido nítrico.
Portanto o HDL-c carrega o colesterol de outras partes do corpo para o fígado, a fim de eliminá-los ou reutilizá-los pelo organismo.
Como ocorre as dislipidemias?
Se houver o acúmulo de quilomícrons e/ou VLDL no sangue, será chamado de Hipertrigliceridemia. Ela ocorre devido a diminuição da hidrólise dos Triglicerídeos destas lipoproteínas ou aumento da produção de VLDL.
Ao passo que se o acúmulo for de lipoproteínas ricas em Colesterol, como LDL, resultará em Hipercolesterolemia.
Classificações das dislipidemias
A classificação laboratorial das dislipidemias são baseadas de acordo com o risco cardiovascular de cada indivíduo e com o estado alimentar. A seguir, confira a classificação da Sociedade Brasileira de Cardiologia:
- Hipercolesterolemia isolada: ocorre quando há aumento somente de LDL-c ≥ 160 mg/dL;
- Hipertrigliceridemia isolada: esse caso acontece quando há aumento isolado dos triglicérides ≥ 150 mg/dL ou ≥ 175 mg/dL, se a amostra for obtida sem jejum;
- Hiperlipidemia mista: assim como o próprio nome sugere, é quando ocorre a elevação tanto do LDL-c quanto do Triglicerídeos;
- HDL-c baixo: em contrapartida, o HDL é considerado reduzido quando em homens < 40 mg/dL e em Mulheres < 50 mg/dL, isoladamente ou em associação com a hiperlipidemia mista.
Definição de Aterogênese
A Aterosclerose é uma doença inflamatória crônica, que ocorre em resposta à agressão endotelial, afetando a camada íntima de artérias de médio e grande calibre.
Inicialmente, as lesões nos vasos são chamadas de estrias gordurosas, as quais podem ser formadas ainda na infância. São caracterizadas por acúmulo de colesterol em macrófagos.
Com o passar do tempo, há aumento dos mecanismos protetores do nosso organismo, depositando mais tecido matricial ao redor da gordura. No entanto, quando na presença de intensa resposta inflamatória, a formação desse tecido se reduz, tornando a placa lipídica instável e sujeita às complicações.
Fatores que influenciam na formação da placa aterosclerótica
A formação da Aterosclerose ocorre a partir das agressões ao endotélio vascular, por diversos fatores associados, como:
- Dislipidemia;
- Hipertensão arterial;
- Tabagismo.
Fatores de risco para dislipidemias em jovens
Além disso, a deposição de gordura nas paredes das artérias se inicia desde a infância. Porém, as consequências da dislipidemia raramente serão vistos na juventude. Os efeitos surgem ao longo prazo, colaborando para o desenvolvimento das doenças cardiovasculares em adultos.
De acordo com o estudo sobre “Colesterol Total e Fatores Associados: Estudo de Base Escolar no Sul do Brasil”, os fatores de risco associados com dislipidemia na infância, são: nível socioeconômico alto, sexo feminino, excesso de peso e idade entre 7 e 12 anos.
Outra questão importante, indicada no estudo, é que os escolares que não vão caminhando/ bicicleta para a escola apresentam maior chance de ter o colesterol total aumentado. Isso significa que a falta de atividade física habitual está associada com os valores mais elevados de colesterol na infância.
Ações para evitar a Dislipidemia na Infância
Portanto, para evitar a dislipidemia nessa faixa etária é importante:
- Controle do peso corporal;
- Incentivo a prática de atividades físicas nas escolas;
- Adoção de alimentação e estilo de vida mais saudável, auxiliando no processo de prevenção primária das doenças cardiovasculares.
Conheça sobre a Alimentação Cardioprotetora
Como forma de ajudar na alimentação mais saudável em pacientes com fatores de risco cardiovasculares, o Ministério da Saúde disponibiliza orientações para uma alimentação cardioprotetora. Confira o resumo desse manual, a seguir.
A alimentação cardioprotetora brasileira é baseada nos seguintes critérios:
- Não adição de açúcar refinado;
- Baixa densidade energética da preparação;
- Ausência de nutrientes que aumentam o risco cardiovascular (colesterol, gordura saturada e sódio);
- Presença de nutrientes cardioprotetores (antioxidantes e fibra alimentar).
Quer saber mais informações sobre o assunto? Então, entre em contato com a Conexa Saúde.
Texto: Lyz Tavares