Há séculos a Medicina é acompanhada pelo dilema entre tratar o paciente ou tratar a doença. E muitas vezes, isso vem da bagagem da faculdade em sempre chegar a algum diagnóstico e o tratamento perfeito, como consequência a cura. No entanto, a realidade é totalmente diferente.
Por isso, a Medicina vem sofrendo mudanças do modelo biomédico para o biopsicossocial, com objetivo de não só curar mas principalmente de cuidar e proporcionar conforto aos pacientes, considerando a opinião deles.
Quer saber mais sobre o assunto? Então, continue a leitura e confira algumas dicas para o novo modelo de consulta centrado na pessoa.
Novo modelo na medicina
No início do século 19, surgiu o modelo biomédico. Sem dúvidas, trouxe inúmeros avanços na Medicina, mas tornou o objetivo do médico em diagnosticar e curar.
O modelo biomédico é aquele que o foco é o corpo e doença. Isso tem sofrido metamorfose, para que o princípio da consulta seja baseada sempre na pessoa, com todos seus problemas, queixas e incertezas.
Portanto, saber cuidar e aliviar as inseguranças de quem te procura é uma competência fundamental ao médico, sendo importante o desenvolvimento das habilidades interpessoais e humanísticas no atendimento.
Vantagens
Segundo o artigo: “Medicina centrada no paciente e ensino médico: a importância do cuidado com a pessoa e o poder médico”, foram vistas inúmeras vantagens do modelo biopsicossocial:
- Com o fortalecimento do vínculo médico-paciente, há maior satisfação do paciente e maior adesão ao plano terapêutico construído em conjunto;
- Maior eficiência do cuidado com o paciente, com todos os sentimentos que possui;
- Menor número de processos por erro médico;
- Necessidade de menor número de exames complementares;
- Menos encaminhamentos a outros médicos especialistas;
- Redução dos custos para o sistema de saúde e para o paciente.
Continue a leitura e conheça a base do modelo biopsicossocial e como isso tem influenciado na saúde, tanto no tratamento como no vínculo.
Princípios do novo modelo
Saber ouvir, é o principal foco desse modelo.
O modelo biomédico, passou a ter o médico visando apenas como modo de reprodução de tecnologias e de novidades da farmacologia. A clínica passou a ser limitada ao olhar, sem escuta das angústias do paciente e a Medicina somente baseada nas estatísticas da população, não singularizando cada caso.
A Medicina centrada na pessoa tem como base explorar a experiência de adoecer do paciente, como ele se sente, qual a ideia dele do que está acontecendo, o impacto sobre o cotidiano e as suas expectativas para o futuro sobre o que deveria ser feito.
Além disso, deve ser entendido os objetivos em relação ao problema, tanto do paciente quanto do médico, para assim formular o plano terapêutico de cada caso, de forma singular.
Durante o fortalecimento do vínculo, é preciso intensificar a importância de medidas de prevenção e promoção à saúde.
Diante disso, devemos sempre pensar no cuidado da pessoa como o princípio da consulta, para identificar as emoções sobre o estado de saúde e compartilhar as responsabilidades para o alcance de uma melhor qualidade de vida.
Desenvolver habilidades de comunicação
A comunicação é considerada uma tecnologia leve, e fundamental no cuidado da pessoa.
É a pedra angular para a construção de um bom relacionamento médico-paciente, coleta de dados importantes na consulta, discutir as dúvidas acerca da doença/ tratamento, e caso necessário, reformular a conduta aplicada à realidade do paciente.
Para essa habilidade é importante algumas ações, como as citadas pelo artigo “Habilidades de comunicação: abordagem centrada na pessoa”:
- Cumprimentar o paciente pelo nome;
- Ouvir com atenção e não negligenciar qualquer emoção;
- Não interromper o paciente para explorar melhor o interior de cada pessoa;
- Encorajar e motivar o paciente sobre a sua situação de maneira realista.
Estabelecer vínculo e estipular metas
Com o novo panorama das doenças, com a prevalência das crônicas- degenerativas, o médico precisa desenvolver o princípio baseado no cuidado da pessoa pensando no seu conforto e melhorias da qualidade de vida, pois para a maioria dessas doenças, o objetivo não é mais a cura.
Esse princípio do cuidado depende da participação ativa do paciente, o que só será alcançado com o fortalecimento do vínculo e estipulando metas a serem alcançadas, respeitando os limites de cada pessoa.
A maioria das doenças crônicas precisam de cuidados para evitar as complicações e melhorar a qualidade de vida.
Conclui-se que a medicina centrada no paciente deve ter atenção aos aspectos culturais e expectativas do paciente em relação ao processo saúde-doença, sendo o paciente o protagonista do cenário de sua saúde.
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Texto por Lyz Tavares