Um dos principais desafios nos serviços de saúde é potencializar a Atenção primária como porta de entrada preferencial, sendo responsável por atendimento integral, longitudinal e coordenado.
Com isso, um dos objetivos da Telessaúde é o fortalecimento da APS e organizar as redes de atenção especializada, garantindo melhores condutas e ampliando o acesso.
Um dos campos da Telessaúde que tem feito a diferença na atenção básica é a teleconsultoria.
A teleconsultoria clínica é definida como consulta entre profissionais e gestores da área da saúde, por meio de instrumentos de telecomunicação, com a finalidade de esclarecer dúvidas e condutas clínicas.
Como as teleconsultorias são realizadas?
As consultas à distância são realizadas entre os profissionais da área e gestores, intermediado por tecnologias da comunicação para os esclarecimentos de condutas diagnóstica e terapêutica, baseando-se nas evidências da Medicina e experiência do outro profissional especializado.
A teleconsultoria ocorre a partir de uma solicitação que são respondidas de forma síncrona ou assíncrona, em até 72 horas por profissionais como: cardiologistas, neurologistas, endocrinologistas, urologistas e odontologistas.
No modelo assíncrona, as dúvidas podem ser enviadas por e-mail, aplicativo, chat ou qualquer outro sistema de atendimento remoto, com a transmissão dos dados clínicos do paciente.
Áreas de maior procura
As áreas da saúde mais consultadas na atenção primária são por clínicos gerais (72,5%), enfermeiros (19,3%) e cirurgiões- dentistas (4,2%).
Desafios na saúde
É de conhecimento geral que o Brasil é um país extenso, com 8,5 milhões de km² e uma população de mais de 200 milhões de habitantes. E a Constituição Brasileira garante que a saúde é direito de todos e dever do Estado, sendo os princípios do SUS baseados na equidade, universalidade e integralidade da saúde.
Ainda assim, há grande desigualdade no acesso aos serviços de saúde, visto que a grande concentração das especialidades estão nos grandes centros.
Vantagens na Atenção Primária
A teleconsultoria é considerada uma grande inovação tecnológica, com o potencial de aumentar e fortalecer o acesso. Além disso, reduz os gastos do sistema de saúde com encaminhamentos para outros níveis de atenção e exames desnecessários, a partir do auxílio com a melhor conduta para cada paciente.
A orientação fornecida pelos teleconsultores são baseadas na melhor evidência possível e a escolha do especialista a ser consultado é de acordo com a telerregulação.
Reduz encaminhamentos a especialistas
De acordo com os resultados desse artigo “Teleconsultoria na atenção primária no norte de Minas Gerais: cenário e fatores associados à sua não utilização por médicos”: a quantidade de encaminhamentos de pacientes da APS para especialidades foi considerada elevada, cerca de 83,7% das consultas.
Com os encaminhamentos em massa, o tempo de espera para o acesso variou de 1- 3 meses para cerca de 41,9% dos pacientes encaminhados, enquanto que 40,7% esperou de 4- 12 meses para a consulta com especialista.
Com a orientação à distância, muitas vezes dispensa os encaminhamentos à um segundo médico e garante uma conduta adequada e precoce.
Reduz internações desnecessárias
A teleconsultoria e telediagnóstico tem contribuído para o sistema de saúde com regulação suficiente, reduzindo as listas de espera e o absenteísmo das vagas ofertadas.
Baixo custo
Essa modalidade possui baixo custo e necessita de menos infraestrutura de comunicação, pois há a possibilidade de consultar de modo assíncrono (off-line) e utilizar sistemas simples sem necessidade de alta velocidade da internet.
Dessa forma, a teleconsultoria ajuda a reduzir as barreiras geográficas garantindo melhor assistência à saúde, qualificação dos encaminhamentos, melhor qualidade do atendimento e fornece troca de informações e conhecimentos entre médicos, o que permite educação continuada em saúde.
No entanto, é preciso ter maior aceitação clínica para introduzir essa inovação no cotidiano da prática médica e capacitar os profissionais para sua utilização.
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